1. |
Agios o Baphomet
08:31
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Blasfêmia do encantamento, materializa-te!
Tomai meu vibrar, e do Abismo regurgite
O sacrossanto amálgama promíscuo-bestial
Serpente-leonina, epítome do absoluto astral!
Que arda a pira acausal de tua opulência
E o esplendor solar repouse sob teu alado nigredo
Para que Sírius resplandeça em sua aurora dourada
Imolando o ego em Kundalini, ardendo em veemência
Cravarei teu sigilo de onze signos nos pilares do infinito
Serei templo teu, e tu, templo meu será
Ébrio das águas de Apsu, inspirarei um coro de abismos
Que por meus lábios errantes ecoarão a bradar:
AGIOS O BAPHOMET!
Templi Hominis Omnium Pacis Abbas
Imolai a finitude da existência na Sophia que flameja entre teus córneos!
No galgar de cada passo transmutai o antigo com teus cascos fendidos
Que teus seios vertam a morte, que teu falo deflore a vida
E que sob tua inefável justiça, toda misericórdia seja banida
“Capro e revel, com os fabulosos cornos,
Na fronte real de rei dos reis vetustos
Com bizarros e lúbricos contornos
Ei-lo Satã entre os Satãs augustos!”
Outrora, fui o grande espírito, o deus cornudo, o diabo!
Escondido entre os véus do oblívio, fui o desconhecido!
No presente aeon, surjo como Baphomet, silente egrégora do absoluto,
Deus anterior a todos os deuses, que deus será até que o existir encontre seu luto!
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2. |
Cosmophobos
09:18
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Limiares além quaisquer tangíveis horizontes
Onde lume algum jamais ousou tocar a pureza umbral
Moribunda jaz sonhando, acósmica veemência
No estreito jazigo solar
Onde negrumes tentaculares defloram a luz em seu prisma
Ali jaz a vera iluminação, ali jaz a escuridão!
Vinde! Vinde, ó titânico devorador estelar!
És tu a fonte do lume nigredo!
Vinde! Vinde, ó sonâmbulo sonhador!
Em tua carne jaz a luz de incontáveis astros!
Vinde! Vinde, ó amorfa serpente da não-ordem!
Fazei da Terra ventre de tua antigênese!
Zazas, Zazas, Nasatanada Zazas!
Giro a chave do Abismo, fazendo ruírem as barreiras do Alfa
Cruzai os portais e adentrai à Terra sob o delinear dos onze vetores
Liberai tua força, Noxul, imolai Maya no turíbulo de acausal chama
Que os ventos de teu sopro letal carreguem meu chamado
Sou tua escuridão em infinita extensão, um no todo, e todo em um!
Meus lábios proferem a língua dos antigos, e cantam teus segredos em sonhos
O ciclo fora retificado, ouça meu clamor e retorne ao presente éon!
Vinde! Vinde, ó titânico devorador estelar!
Tu és a fonte do lume nigredo!
Vinde! Vinde, ó sonâmbulo sonhador!
Em tua carne jaz a luz de incontáveis astros!
Vinde! Vinde, ó amorfa serpente da não-ordem!
Fazei da Terra ventre de tua antigênese!
Erga-se das areias desérticas, rastejante fera da dispersão
Com tua abominável cauda que carrega a beladona de mil escorpiões
Trazei o odor pútrido do sem face anunciando a noite dos tempos
A grande hora de recitar o proibido, afogando a existência em caos
Banqueteie régias frontes, distorcendo tempo e espaço em cinzentas espirais
Vinde das cinzas de astros apagados, abendiçoe o cosmo em caos e perdição
Revelai tua fronte de mil faces, para que carne e loucura, um se tornem
Trazei a cólera de eras imemoriais, para que o Caos reine vindouros éons!
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3. |
Anagnorisis
14:37
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“E eis que olhei, e vi um cavalo pálido; e aquele que o conduzia se chamava Morte; e Sheol o estava seguindo. Autoridade foi dada a ele sobre quarta parte da terra, para matar pela espada e pela fome e pela pestilência e pelas feras da Terra.” – Apocalipse 6:8
D’um caminho fora do divino anima, inabitado por tua onipresença,
Brilha um sol cujas chamas não aquecem, mas consomem vida
Emanando morte e doloroso renascer, num ciclo de eterno sofrer
Este sol de negras chamas é ventre de pestilenta gestação
E tua desova, a Noite dos Tempos virá, trazendo praga e doença
Dies Irae, Dies Illa, Solvet Cosmos in Favilla!
Quantus tremor est futurus, quando Vindex est venturus!
Tuba martirium spargens sonum, per sepulchra regionum!
Coget omnes ante thronum, iudex ergo cum sedebit!
Quidquid latet apparebit, nil inultum remanebit!
Quod Superius, Sicut Inferius, eis o selo, eis a chave da ascensão
A temida morte encaro, ofereço os segredos da existência à tua colérica fome
Então, torno-me o pêndulo que toda a vida consome, de ígnea crina e marmórea epiderme
E além das estrelas traço com sangue, meu selo e meu nome!
A seiva rubra que verte das chagas do agno segue a corrente das águas ctônicas
Torna-se rio, infortúnio, pesar, HEIC NOENUM PAX.
Ecos outrora inaudíveis consubstanciam coros dissonantes
Que evocam a tragédia em infindáveis cantares.
Lasciate ogni speranza voi ch’entrate!
A presença da morte evoco, meus olhos fitam o olhar do ceifador,
Aos chacais ofereço minha carne, em êxtase, gozo durante o sangrento banquete
Livre das ilusões causais, desço à mais profunda das profundezas
E com minhas tremulas mãos, toco as raízes da árvore da morte!
Do abismo trago a oculta esfera que brilha resplandecente em tua aurora
Enxergo através dos olhos da negra serpente que lânguida, vagueia através das estrelas
Revelando os mistérios da vida, que da morte são segredos
Do abismo retorno triunfante, empunhando a chave da ascensão, que se chama queda.
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